Editorial

Janeiro 19, 2024

A vida passa, veloz, mais veloz que o vento em dia de tempestade e a alma deixa-se empurrar por esse sopro forte e atordoante, que a deixa exaurida.

Quando já viveu tempo suficiente para se aperceber das ilusões que manteve na juventude, o ser tenta resguardar-se dessa ventania para se abrigar na análise mais objetiva dos acontecimentos e daquilo que realmente sente.

Na juventude, os desafios faziam-na pensar que estava a viver dias muito difíceis que o futuro iria com certeza suavizar.

Na maturidade, a segurança conquistada na superação das lutas anteriores, davam-lhe a esperança de vir a estar em paz nos dias vindouros.

Na velhice, os efeitos dos milhões de passos caminhados, colocados nos dois pratos da balança da consciência, revelam-lhe o quanto está ainda por concretizar.

A alma pergunta-se então: – o que andei eu a fazer? E percebe que correu, correu muito de um lado para outro. Mas fez pouco. Do que realmente importava, fez pouco. E, entretanto, envelheceu.

A sabedoria divina estabeleceu várias fases para a vida humana, enquanto reencarnada, para que em cada uma enfrentasse diferentes situações e de todas elas fizesse o seu processo de amadurecimento espiritual, de forma progressiva e constante.

A esperança, a confiança, a aceitação e a renúncia, elevando-se acima de todos os enganos, mantêm firme a certeza da impor-tância de que a vida se reveste, em todos os momentos de que se constitui.

Há um rumo, traçado com firmeza, por onde tudo segue.

Todos os seres o percorrem, aprendendo, vencendo barreiras, procurando soluções, conquistando o direito de exibir a sua própria luz interna.

O Tempo é bom, é um bom Amigo!

E como não se extingue, é também promessa de que estará sempre presente para cada um de nós, qualquer que seja a fase da vida em que nos encontrarmos e que, de boa vontade e sem julgamentos, se desdobrará em mais e ilimitadas horas para que nos sintamos sempre a tempo de continuar a tarefa de melhoria moral e de recomeçar o que, porventura, se tiver interrompido.

Carmo Almeida

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